domingo, 8 de janeiro de 2012

ANTOLOGIA - LUZ



PARTICIPAÇÃO DE MARCELO ALLGAYER CANTO

Mirando o amanhã

Muitos procuram os seus alvos,
Enquanto estão a salvos.
Outros fogem da miséria,
Querendo apenas ser salvos.

Muitos choram pelas circunstâncias,
Pelas amargas constatações.
Outros largam risos por emoções,
Querendo apenas manter alegrias.

Outros tantos miram o futuro
Por verem as pessoas continuar
Vão pelo suspeito desejo
Querendo apenas amar e amar.
.


Recordações

Recordar...
Recordar os áureos tempos
As passagens...
É fruto também do viver.

Pessoas conhecidas
E as que queríamos conhecer,
Lugares do amanhecer.
Memórias visuais
Geradas pelo acaso do existir.
Recordar...

Recordar a infância:
Origem de toda criação.
Recordar, os corações amados,
Fontes dos bem-quereres.
Recordar...
Estar é também recordar.



Ânsia de amar

O amor conduz a ânsia dos apaixonados,
O caos dos necessitados...
O amor, o puro amor,
É fruto que renasce de qualquer pessoa
Quando alguém precisa de alguém.

Vem sorrateiro, o amor,
Quando só impera o desamor.
O amor é amizade,
Quando só existe o conflito,
Confunde-se com a luxúria,
O desencantar de corpos.
.

O amor é do pai, da mãe,
Do irmão e da irmã,
O amor é dos sentimentais,
Dos ricos, dos pobres,
Dos santos, dos bandidos,
O amor é do mundo,
É o sonho de todo mundo.



Filosofia

Filosofar a problemática das soluções,
A busca de constatações.
Filosofar por que o mundo se move,
Filosofar o porquê das origens
Dos pensamentos obscuros, escondidos,
Pensar o porquê pensar.

Estudar e procurar os cientistas
Que aguçam as mentes mais inquisitivas
Do estado do existir,
Do suposto existir.

Filosofar...
Filosofar de Platão a Sartre,
Do sonho de um ideal
Ao Ser e estar material.

Filosofar sobre Deus,
Sobre o porquê dos agnósticos,
Sobre os mistérios dos prognósticos.

Ciência que faz pensar...
Gira o mundo que só o que quer
É explicação sobre o estar.



Vida de rico, vida de pobre.

Vê-se a criança no seu mundo protegido:
Segurança da mãe comprando brinquedos
Para um bem-estar confortável,
Querer tudo para si:
É a satisfação do eu e seu mundo mágico,
Mas as pobres crianças,
Minguam por simples brinquedos,
É pouca comida e um mundo trágico.

Na adolescência de todos
Vê-se o rico a esnobar com modernos carros
Para um bem-estar confortável,
Querer e ter a mais bela garota,
O mais belo rapaz:
É a satisfação do eu e seu mundo carnal,
Mas os pobres jovens
Lutam por uma vaga Universitária,
É pouco estudo e um mundo desleal.

Vê-se a vida adulta de todos
O bem estar dos que tem posses:
Mundo de viagens e empregos seguros,
Querer e mais querer:
É a satisfação em luxúrias, em esbanjamentos,
Mas os pobres não têm cultura, só lamentos,
Lutam por um lugar ao sol,
É pouca comida e um mundo sem praia.



Tempos modernos

A máquina humana entregou-se,
Entregou-se para a máquina virtual
O homem, a mulher, a criança,
Esperam as novidades dos novos computadores,
Softwares, hardwares,
É o apelo ao mundo informacional.
Luzes que cada vez mais brilham,
Fontes cibernéticas que cada vez mais criam
Poderosas engenharias
Ainda mais pequeninas,
Com minúcias de detalhes, de imagens,
Sofisticadas e complexas linguagens.

Tempos modernos...
Tempos de poucos exercícios físicos
Onde a infância é gastada
Em jogos de vídeo-game,
Onde o homem faz mala-direta,
E a mulher tem mala pequena para viajar,
Ócios, trabalhos mais facilitados,
É o apelo ao mundo dos habilitados.
Tempos modernos...
Do homem que se esqueceu do homem
E que agora constrói robôs.



Momentos fotográficos

Nas fotos congelam-se momentos
Intensos, acalentadores,
Momentos de outrora,
Momentos de alegria,
Aquilo que não se queria
Deixar para traz...

Muitos por acharem-se pensativos,
Ou por vezes distantes,
Buscam, nas fotos, os instantes,
Fotos que alimentam a alma
E que pelos olhos acalma
O interior...
Fotos, arte, posição,
Gestos articulados, enquadrados em máquina,
Configurados pela ação,
Pelo toque de uma mão.

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