O pulsar latente de um coração enaltecido
Pode vir do reflexo de um espelho luminoso,
Quando se vê não apenas o próprio corpo tecido,
Mas a face oculta de outro coração esperançoso.
Como num lago olhando-se das secas margens
Procurando nas águas ver vidas refletidas,
Vai-se ao encontro de cativas viagens,
Querendo-se as correntes fortes e contidas.
Vê-se a mocidade procurando amores tentados,
Não satisfeita com o simples olhar de um eu,
Preferindo a volúpia de seres ardentes e atados.
Vendo com o olhar da experiência e da sabedoria
O homem parece estar entre vários espelhos,
Escolhendo das formas aquela que mais amaria.
Marcelo Canto